Devaneios de Biela

29/07/2014

Mergulhando em Abrolhos

Em Meu Primeiro Live Aboard, contei os detalhes da minha experiência em Abrolhos. Como é o arquipélago, como é a estrutura do catamarã Andarilho, que foi nosso 'hotel' durante o feriado, o que fizemos quando estávamos fora da água e ainda compartilhei com vocês diversas imagens daquele paraíso.

O momento agora é outro. É hora de contar o que foi visto dentro da água, nos mais diversos pontos de mergulho que Abrolhos abriga.

Paraíso dos atobás e dos mergulhadores, o Arquipélago de Abrolhos é um destino certo para mergulhos tranquilos, ausentes de grandes correntes, e com pouca profundidade. Apresenta grande variedade de esponjas e corais, com destaque ao cérebro, franja e negro; muitos cardumes de diversas espécies de peixes e outras tantas em trânsito. O único porém é a existência de suspensão, principalmente, nos naufrágios, por isso, para estes perfis é necessário um pouco mais de experiência para que a visibilidade não fique comprometida.

A água é quentinha! Em pleno abril, a média de temperatura no fundo era de vinte e sete graus.

Foram oito imersões, as quais detalho a seguir...

Dia 1

1. Portinho Sul:

- Profundidade máxima: 6,5m - Visibilidade: 8m - Tempo de fundo: 52 minutos.

- Infos: Mergulho perfil ida-e-volta costeando corais. Vasta variedade de corais (franja e cérebro), esponjas e espécies de peixes. Vimos: frade, badejo, peixe-porco, budião e moreias.

2. Chapeirão do Sueste:

- Profundidade máxima: 15m - Visibilidade: 6m - Tempo de fundo: 39 minutos.

- Infos: Mergulho em areião e sobre um grande chapeirão com tocas cheias de peixes como cliares e budiões. A visibidade prejudicou bastante a apreciação do ponto. Destaques para uma moreia verde gorda e uma grande arraia em movimento.

3. Portinho Sul - NOTURNO:

- Profundidade máxima: 8,5m - Visibilidade: 8m - Tempo de fundo: 66 minutos.

- Infos: Repetição do primeiro mergulho, mas à noite. Festival de moreias pintadas caçando e nadando, budião na bolha, arraias manteiga e pintada, linguado, camarão e camarão-palhaço aos montes. Um espetáculo à parte!

Dia 2

4. Guadiana – NAUFRÁGIO:

- Profundidade máxima: 24,2m - Visibilidade: 6m - Tempo de fundo: 40 minutos.

- Infos: Navio inglês com carga de café que afundou pela colisão com chapeirões nas proximidades de Abrolhos. Existência de coral negro.

5. Rosalina – NAUFRÁGIO:

- Profundidade máxima: 17,2 - Visibilidade: 8m - Tempo de fundo: 52 minutos.

- Infos: Lindo naufrágio! Está localizado no Parcel dos Abrolhos, pois ali o cargueiro italiano se chocou com os chapeirões em 1955. Carregava carga de cerveja e cimento, inclusive, ainda podemos observar os sacos empilhados.

Vimos corais de fogo aos montes e em diversos formatos, anêmonas e muitas variedades de peixes, como: barracudas, frade cinza e enormes papagaios.

"A beleza da vida está em reinventá-la todo o dia" - Adolfo Correa

Coral de fogo

Sacos de cimento

6. Mato Verde - NOTURNO:

- Profundidade máxima: 7,4m - Visibilidade: 8m - Tempo de fundo: 74 minutos.

- Infos: Mergulho perfil ida-e-volta costeando corais. Vimos: moreia pintada, coió, peixe-morcego, muitos caranguejos e vários grandes, uma tartaruga enorme, aranhas, camaões-palhaços, ermitão e grandes budiões azuis.

Dia 3

7. Santa Catharina – NAUFRÁGIO:

- Profundidade máxima: 22,4m - Visibilidade: 6m - Tempo de fundo: 41 minutos.

- Infos: Cargueiro alemão de implementos agrícolas, cimento e tambores de querosene, foi abatido. Encontramos garrafas e munição. Há muitas espécies de peixes.

8. Nebula – NAUFRÁGIO:

- Profundidade máxima: 14,5m - Visibilidade: 10m - Tempo de fundo: 58 minutos.

- Infos: Localizado no Parcel das Paredes, no meio do mar, possui 73m e está encostado em chapeirões. Local com muito sedimento, exige ótima experiência dos mergulhadores para que a visibilidade não seja prejudicada.

Não leu o post anterior sobre Abrolhos? Clica aqui !!!

* Links interessantes e complementares:

Escola de Mergulho - Dive Life (BH)
Fotos sub por Luiz Felipe Puntel
Operadora em Abrolhos - Horizonte Aberto

Revista Brasil Mergulho - Sobre Abrolhos

Naufrágios do Brasil - Guadiana, Rosalina, Santa Catarina e Nebula

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06/07/2014

Meu Primeiro Live Aboard - Abrolhos 2014

Entre os inúmeros benefícios que o esporte traz, o mergulho proporciona aos seus praticantes visitar paraísos, talvez, jamais pensados por eles como turistas. Os destinos escolhidos sempre terão algum atrativo especial, neste caso, relativo aos pontos de mergulho. E neste contexto está o Arquipélago de Abrolhos, local que escolhi para passar o feriadão da páscoa e fazer o meu primeiro live aboard.

Blog de viagem e Mapa de Abrolhos - Brasil Mergulho

Fonte: brasilmergulho.com

"Quando te aproximares da terra, abre os olhos", disse Américo Vespúcio ao navegar por aquelas águas. Diz-se que aí está a origem do nome do arquipélago.

O Parque Nacional Marinho de Abrolhos fica localizado há aproximados 75 quilômetros da costa, ou, cerca de três horas e meia de navegação a partir da cidade de Caravelas, ao sul do Estado da Bahia. É controlado pelo Ibama (ICMBio) e é composto por cinco ilhas - Santa Bárbara, Redonda, Siriba, Guarita e Sueste, sendo somente a primeira habitada e por oficiais da Marinha do Brasil e pesquisadores.

Ilhas Siriba (esq.) e Sueste (dir.)

Ilha de Santa Bárbara

Na operação de live aboard, como o nome diz, vive-se embarcado. O catamarã Andarilho, da empresa Novo Horizonte, foi o nosso hotel e nele convivemos quase que 100% do tempo. Todas as refeições estavam incluídas; o cardápio era bem variado e agradou todos os doze participantes desta aventura, além dos quatro tripulantes a bordo.

=> Estrutura do catamarã Andarilho

São duas suítes para casal, duas suítes duplas com beliche e duas cabine standard com beliche. No salão principal fica a cozinha equipada e a mesa de jantar, com sofás. Na popa, há mesa para refeições e banheiro, é onde ficam os equipamentos de mergulho. Na proa, espaço amplo para banho de sol!

Áreas comuns do catamarã

Cabines

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Logo chegando em Abrolhos, já nos preparamos para cair na água pela primeira vez. Cinquenta minutos depois, era hora de fazer o intervalo de superfície até que os cilindros fossem novamente abastecidos para, então, voltarmos para a água. E assim era a rotina. Entre um mergulho e outro, o tempo passava com banho de sol, snorkel, stand up paddle (SUP), soneca, almoço, leituras, risadas, ... , cada um fazendo o que desejasse.

Snorkel na Siriba

O desembarque aconteceu em duas situações, ambas com a autorização do Ibama. Na primeira, caminhamos pela Ilha Siriba para observar os Atobás, pássaros típicos do arquipélago, e fotografar Abrolhos por outros ângulos.

Na segunda, visitamos a Ilha de Santa Bárbara, única habitada. Foi onde tivemos a oportunidade conhecer o funcionamento do arquipélago com suas peculiaridades. Do alto do farol, de 153 anos, acompanhamos o sol se pondo no mar.